Pentágono acusa Exército chinês de ciberataques contra os EUA; China nega



A administração do presidente dos EUA, Barack Obama, acusou diretamente o Exército da China de lançar ataques contra os sistemas do governo americano e contra empreiteiros de Defesa, afirmando que um dos objetivos poderia ser mapear "as capacidades militares que poderiam ser exploradas durante uma crise". O Exército chinês negou as acusações de que patrocinou os ciberataques e disse que os dois lados têm de cooperar contra a ameaça global de crimes de computador.
Segundo o coronel Wang Xinjun, um pesquisador do Exército de Libertação do Povo (ELP), as acusações no mais recente relatório do Pentágono são "irresponsáveis e danosas para o interesse mútuo entre os dois lados". "O governo chinês e as Forças Armadas nunca aprovaram atividades de hackers", disse Wang, que está baseado na Academia de Ciências Militares em Pequim, um dos principais think tanks do ELP. O Exército frequentemente usa tais acadêmicos como porta-vozes alternativas.
Divulgado na segunda ao Congresso, o relatório anual de 83 páginas do Pentágono inclui pela primeira vez a acusação de que ao menos alguns ataques contra o governo dos EUA e outros sistemas de computador pareciam ser "atribuídos diretamente" ao governo e ao Exército chineses. O documento afirmou que a China está usando suas capacidades cibernéticas para coletar inteligência contra os programas diplomáticos, econômicos e de defesa dos EUA e está desenvolvendo as habilidades necessárias para conduzir uma guerra cibernética.
O relatório também citou avanços no esforço de Pequim para desenvolver caças de espionagem com tecnologia avançada e construir uma frota de porta-aviões.
O relatório é um aumento do esforço dos EUA para chamar a atenção dos chineses sobre os ciberataques e para pressionar por mais diálogo aberto com Pequim sobre o problema. A questão foi destacada em fevereiro com a divulgação de um relatório da firma de segurança cibernética Mandiant, com base nos EUA, que alegou ter vinculado vários anos de ataques contra 140 companhias em sua maioria americanas a uma unidade militar chinesa em Xangai.
A China argumenta que é impossível identificar a origem verdadeira dos ciberataques e acusa forças hostis nos EUA e em outros lugares de responsabilizar o país por causa de proconceito ou pelo desejo de deixar Pequim na defensiva.
O Departamento de Defesa dos EUA faz repetidamente "comentários irresponsáveis sobre a normal e justificada ampliação da Defesa da China e exagera uma chamada ameaça militar chinesa", disse a porta-voz da chancelaria chinesa Hua Chunying. "Isso não é benéfico para a cooperação e a confiança mútua entre os EUA e a China", disse Hua. "Nos opomos firmemente a isso e já fizemos representações junto aos EUA".
A ampliação da defesa da China é orientada no sentido de proteger a sua "independência e soberania nacional", disse Hua. Sobre as acusações de pirataria, Hua disse: "Nos opomos firmemente a qualquer crítica infundada e promoção exagerada, porque o exagero sem fundamento e a crítica só prejudicam os esforços bilaterais de cooperação e diálogo."

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